As 10 mulheres mais importantes na história da magia

por Alan Basilio
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A magia sempre esteve associada ao sagrado feminino. Na antiguidade, a mulher tinha o status social semelhante às divindades, por conta do poder de gerar uma criança dentro do próprio útero. Elas governavam de forma igualitária junto aos homens, trazendo compaixão ao coração do povo. O papel das mulheres na magia é essencial.

Com o advento das religiões patriarcais e o avanço da ciência, o jogo virou, e o mundo passou a ser governado primariamente por homens. O mundo da magia, da mesma forma, seguiu esse rumo. Mas, junto de todo grande mestre espiritual ou ocultista do passado, existiu uma grande personalidade feminina.

O ocultista Aleister Crowley tinha sua Mulher Escarlate personificada como Leila Waddell, o bruxo Austin Osman Spare tinha como mentora a velha feiticeira Sra. Patterson, o pai da Wicca – Gerald Gardner – tinha suas amigas Doreen Valiente e Margaret Murray, isso para citar alguns casos modernos. No aspecto mitológico, podemos citar as mestras Radha (a esposa de Krishna), Maria (a mãe de Jesus) e Morgana Le Fay (irmã/amante do Rei Arthur).

A lista abaixo levou em conta as grandes mestras espirituais até o começo do século XX. Sem dúvida, com avanço do interesse pelo sagrado feminino, a barreira da desigualdade de gênero está sendo derrubada. Um novo mundo, com igualdade de gênero, está sendo construído. Isso trará força para o surgimento de inúmeras novas mestras espirituais do futuro.

Sem mais delongas, confira abaixo a lista das 10 mulheres mais importantes na história da magia:

Maria Laveau

Nascida em 10 de Setembro de 1794, Marie Laveau foi a mais famosa praticante da religião Vodu. Por muitos é reconhecida, até hoje, como Rainha do Vodu.

Muito pouco é conhecido com algum grau de certeza sobre a vida de Marie Laveau. Supõe-se que ela nasceu no bairro francês de Nova Orleans, Louisiana, filha de um agricultor branco e uma mulher negra. Ela casou-se com Jacques Paris, um negro livre, em 4 de agosto de 1819; sua certidão de casamento foi conservada na Catedral de Saint Louis, em Nova Orleans.

M. Paris morreu em 1820, em circunstâncias não explicadas; após sua morte, Marie Laveau tornou-se cabeleireira e trabalhou para famílias brancas abastadas. Ela arranjou um amante, Luis Christopher Duminy de Glapion, com quem viveu até a morte dele, em 1835.

Sobre sua carreira como paranormal, pouco pode ser dito conclusivamente. Diz-se que tinha uma cobra chamada Zumbi. Estudiosos de vodu sugerem que a parte oculta de sua magia era uma mistura sincrética de crenças católicas com espíritos de cultos africanos e outros conceitos religiosos.

Em 16 de junho de 1881, os jornais de Nova Orleans publicaram que Marie Laveau havia morrido. Isto é digno de nota, porque ela teria continuado a ser vista na cidade após esta data. Afirma-se que uma de suas filhas com M. Glapion assumiu seu nome e prosseguiu com a prática mágica após a morte dela.

Alega-se também que seu suposto poder mágico provinha, na verdade, de uma rede de informantes nas casas dos figurões nas quais ela tinha trabalhado como cabeleireira, e que ela era dona de um bordel. Ela especializou-se em obter informações privilegiadas de seus patrões ricos ao, aparentemente, instaurar medo nos servos destes a quem ela “curava” de males misteriosos (os quais ela pode ter causado ou sugerido, numa espécie de Síndrome de Munchausen profissional).

Marie Laveau foi sepultada no Cemitério de São Luís em Nova Orleans, na cripta da família Glapion. A tumba continua a atrair visitantes que desenham três cruzes (XXX) na lateral, esperando que o espírito dela lhes conceda a realização de um desejo.

Recentemente, Marie Laveau voltou a ser assunto após ter sido representada como Rainha Vodu na terceira e na décima temporada do seriado American Horror Story.


Doreen Valiente

Doreen Edith Dominy Valiente, conhecida sob o nome mágico Ameth (Mitcham, 4 de janeiro de 1922 – Brighton, 1 de setembro de 1999), foi e continua sendo uma das mais respeitadas e influentes wiccanianas inglesas da bruxaria moderna.

Doreen Valiente, uma pioneira da religião Wicca.

Doreen nasceu no seio de uma família cristã, tendo Harry, como pai, e Edith, como mãe. Pouco mais tarde, a família estabeleceu-se perto da cidade Horley, condado de Surrey, onde Doreen passou a sua adolescência. Com apenas sete anos, enquanto deslumbrava a lua, teve o seu primeiro contato espiritual e, aos treze anos, convenceu-se que era dotada do uso de magia, empregando-o, inicialmente, para proteger a mãe, vítima de assédio por um colega de trabalho. Assim que confessou aos pais as suas ações, estes opuseram-se e enviaram-na para um colégio. Dois anos mais tarde, Doreen fugiu, abandonando a escola para sempre.

Ela casou-se duas vezes, sendo seu segundo casamento com Casimiro Valiente (do qual obteve o seu sobrenome), um espanhol exilado da Guerra Civil Espanhola. Embora o seu marido não partilhasse o mesmo interesse pelo oculto, Doreen ia lendo e pesquisando sobre o assunto. Até que, em 1952, se deparou com um artigo do jornal inglês Illustrated, intitulado Bruxaria na Grã-Bretanha. O artigo mencionava Cecil Williamson, diretor do Museu de Bruxaria (Museum of Witchcraft – Boscastle, Cornwall, Inglaterra), e o Coven de New Forest. Interessada e curiosa, Doreen envia uma carta para Williamson, pedindo mais informações sobre o assunto e sobre esse coven. Carta essa que foi, posteriormente, direcionada para Gerald Gardner. Os dois trocaram correspondência por algum tempo, até que se conheceram, pessoalmente, em casa de Dafo – amiga de Gardner e um importante membro do Coven de New Forest [quem, anos antes, tinha iniciado Gardner]. Doreen começava, assim, o seu longo percurso na Wicca. Passado um ano desse encontro, durante o Solstício de Verão de 1953, Doreen submeteu-se ao primeiro grau de iniciação à Wicca, com Gerald Gardner como seu iniciador.

Doreen Valiente sofria de vários problemas de saúde, inclusive de cancro do pâncreas. Nos seus últimos dias, foi transferida para um lar, vindo aí a morrer no dia 1 de Setembro de 1999, às 6h55min, na companhia do amigo John Belham-Payne (sob o nome mágico Dagda). Co-fundador do Centro de Estudos Pagãos, John assumiu a responsabilidade de guardar e cuidar da extensa colecção de artefactos de feitiçaria e manuscritos da sua amiga Doreen, incluindo o seu Livro das Sombras.Um dos seus últimos desejos era que os seus poemas fossem publicados e partilhados com o Mundo. Hoje, esses poemas podem-se ler num livro intitulado de Charge of the Goddess, juntamente com algumas memórias dos seus amigos e artefatos.

Seu trabalho abriu caminho para outras feiticeiras wiccanianas importantes que vieram depois, como Maxine Sanders, Starhawk, Laurie Cabot, Janet Farrar, Sirona Knight, Gerina Dunwich, entre outras.


Margaret Murray

Margaret Murray é a mãe das bruxas que nunca existiram. Mas nem por isso sua obra passou despercebida pela história da magia. Egiptóloga, arqueóloga, antropóloga, folclorista e feminista da primeira onda, ela é mais conhecida por um livro sobre bruxaria que moldou profundamente a fé Wicca moderna. Hoje seu trabalho foi quase que completamente desacreditado e refutado, ainda que Margareth Murray tenha sido uma das autoridades mais importantes do mundo em bruxaria — para citar apenas uma nota de rodapé em sua história —, e não sabemos por que ninguém mais fala sobre o trabalho dela.

Murray nasceu em 1863 em Calcutá, Índia, numa família de classe média de descendência britânica. Na época, a Índia ainda era uma colônia britânica, e as perspectivas de carreira para mulheres como ela eram poucas: trabalho voluntário de caridade ou religioso. Sua mãe, também chamada Margaret, tinha atuado como missionária antes de casar, viajando pelo país sozinha numa época em que era muito incomum uma mulher fazer isso. Isso seria uma influência importante na formação de Murray.

Murray acreditava que a bruxaria realmente existiu, e que isso era uma religião organizada — um culto da fertilidade que adorava um deus com chifres. Em 1921, ela expandiu a teoria do culto de bruxas em seu livro O Culto das Bruxas na Europa Ocidental. Baseado inteiramente em documentos de julgamentos de bruxas do século 16 e 17, a hipótese de Murray era que a bruxaria tinha surgido antes do cristianismo e foi eventualmente absorvida por ele, com o deus de chifres se tornando o avatar do Satanás. Murray foi a primeira a usar a palavra “coven” como significado de um encontro de bruxas; ela dizia que esses encontros aconteciam sempre entre 13 pessoas, escrevendo em detalhes sobre os “sabás”, encontros de bruxas específicos que envolviam rituais elaborados (incluindo sexo grupal e ocasionalmente sacrifício de sangue). E isso era informação revolucionária na época.

O livro foi recebido com elogios da crítica ainda que com alguma incredulidade. Em 1929, ela escreveu na Enciclopédia Britânica o verbete para “bruxaria”, que continuou na versão impressa por 40 anos. Por muito tempo ela foi considerada a única autoridade sobre o assunto. Aldous Huxley era um fã seu. Apesar de ser uma ateia que só queria escrever sobre bruxaria para derrubar sua reputação sobrenatural, O Culto das Bruxas na Europa Ocidental se tornaria a base de uma nova religião emergente, quando o livro foi escolhido pelo fundador Gerald Gardner e embutido em seu próprio texto de 1954, Bruxaria Hoje. Garner pegou a teoria do culto de bruxas de Murray e usou isso como um enquadramento para suas outras influências — os textos de Aleister Crowley, suas experiências pessoais com o oculto, maçonaria — para formular uma religião pagã contemporânea. O resultado é o que hoje conhecemos por Wicca.


Helena Blavatsky (Madame Blavatsky)

A Nova Era, o ressurgimento dos cultos pagãos, a prática de bruxaria… Todos esses movimentos do século 20 devem muito a Helena Blavatsky. A mística russa criou a Sociedade Teosófica, um grupo de estudos e de práticas que mistura a mediunidade, o resgate dos antigos deuses celtas e egípcios e as religiões orientais. Morreu de gripe aos 59 anos, mas deixou um grupo de seguidores muito populares.

Batizada na Igreja Ortodoxa russa, ela nasceu Helena Petrovna von Hahn, na cidade de Yekaterionsoav (hoje parte da Ucrânia). Sua mãe, também chamada Helena, era de família nobre. Seu pai, Pyotr, descendia da aristocracia germânica e atuava como comandante militar do Império Russo. Por isso a família se mudava muito. Entre uma cidade e outra, a jovem aprendeu inglês, francês, piano e dança de salão

O interesse pelo esotérico era antigo: ela dizia ter visões desde criança e ficou muito impressionada ao encontrar livros de ocultismo na biblioteca de seu bisavô materno, o príncipe Pavel Vasilevich Dolgorukov. Ao longo da juventude, teve contato com membros influentes da maçonaria, com quem aprendeu rituais secretos.

A partir de 1849, começou a viajar pelo mundo – foram nove anos percorrendo a Europa, as Américas e a Ásia. Estudou a religião do Egito antigo e a cabala judaica. Foi parar no Tibete, onde teria tido acesso a uma fraternidade secreta, os Mestres da Sabedoria Antiga. Ali teria recebido seu treinamento psíquico. Nessa época também teria traduzido um antigo tratado de ensinamentos ocultos, o Livro Perdido de Dzyan (conhecido no Brasil como A Voz do Silêncio, este traduzido pelo poeta Fernando Pessoa). Desde então, Helena seria capaz de controlar mentes, fazer objetos desaparecerem e projetar o corpo astral para parecer estar em dois lugares ao mesmo tempo.


Dion Fortune

Dion Fortune foi uma das mais importantes ocultistas do século XX. Adepta da magia cerimonial, foi também uma escritora prolífica, tanto de livros de ocultismo quanto de ficção. Mas o que realmente marcou sua contribuição cultural foi seu pioneirismo em inserir conceitos de psicologia na prática do ocultismo, e também princípios do ocultismo no estudo da psicologia. São dela os méritos de levar os trabalhos de Freud e Jung a um novo patamar, e de desmistificar pontos do conhecimento oculto que até então limitavam-se a uma abordagem quase religiosa.

Segundo o escritor Alan Richardson, em seu livro biográfico Aleister Crowley e Dion Fortune, ela mantinha amizade com influentes ocultistas de sua época. Isso por conta da breve participação que teve nos rituais da famosa Ordem Hermética da Aurora Dourada. Tinha em Aleister Crowley um grande aliado, mas os laços dessa amizade eram mantidos em segredo devido à má fama que seu amigo tinha na sociedade conservadora da época.

Também fez parte da Sociedade Teosófica, mas resolveu mais tarde, em 1924, fundar sua própria ordem hermética, a Sociedade da Luz Interior. Sua autobiografia, Autodefesa Psíquica, é um clássico sobre magia cerimonial até hoje. Hoje seu trabalho é continuado por sua discípula Dolores Ashcroft-Nowicki.


Lady Frieda Harris

Nasceu sob o nome de Marguerite Frieda Bloxam, na cidade de Londres. Em seu tempo foi uma renomada artista que dedicava parte de seu tempo ao estudo do ocultismo. Adotou o nome de Lady Frieda Harris após se casar com um influente parlamentar, Sir Percy Alfred Harris. Frieda, apesar de ter uma vida social intensa, era iniciada em artes mágicas e entendia um pouco o tarot.

Participou da Sociedade Teosófica fundada por Madame Blavatsky e foi apresentada ao famoso Mago Aleister Crowley por uma amiga em comum, a artista Greta Valentine. Foi por insistência dela que Crowley decidiu escrever o Livro de Thoth.

Crowley, a princípio, pensava apenas em redesenhar os arcanos maiores acrescentando algumas idéias da sua filosofia thelêmica. Mas, Lady Harris o pressionou de tal forma, pedindo que ele escrevesse uma nova obra sobre o tarot, fazendo mesmo a ofertar 2 libras por semana para que ele a orientasse nos desenhos das novas lâminas. Foi desta maneira que começaram a sua produção em meados de 1938.

Tarot de Thoth

Trabalhando sobre as notas e esboços de Crowley, além de uma intensa troca de correspondências, Frieda dedicou toda a sua genialidade e criatividade a este trabalho. Com incrível rapidez, pegou o ritmo de produção, precisando ter uma paciência incrível, pois os seus desenhos eram submetidos à correção fanática do feitor, que ela mesmo tinha invocado, obrigando-a, muitas vezes, pintar a mesma lâmina até oito vezes, até receber a aprovação do mestre.

Ao longo do projeto, ela insistiu em seu próprio anonimato, mas trabalhando com um homem tão famoso teve seu nome revelado. O Livro de Thoth foi então publicado em uma edição limitada de 200 cópias, mas nem Crowley nem Harris viveram o suficiente para ver a sua obra devidamente impressa.

O legado deixado pelo trabalho de Lady Frieda Harris junto a Crowley é inegável. O Tarot de Thoth é sem dúvida a obra prima de ambos e o melhor deck da Tarot já criado.


Pamela Colman Smith

Pamela Colman Smith em Outubro de 1912
Pamela Colman Smith em Outubro de 1912

Pamela nasceu em Pimlico, Middlesex e viveu em Londres, Inglaterra. Filha de um comerciante americano de Brooklyn, Charles Edward Smith e de Corinne Colman. Devido à companhia do seu pai, a sua família deslocava-se constantemente entre Londres (Inglaterra), Kingston, Jamaica e a terra natal Brooklyn.

Em 1903 junta-se à Ordem Hermética da Aurora Dourada (Hermetic Order of the Golden Dawn) conhecendo assim, Arthur Edward Waite. Em 1909, Waite requisitou os serviços de Pamela, para produzir as ilustrações de um novo Baralho de Tarot imaginado por Waite e o resultado foi a criação magnífica do baralho de 78 cartas mais popular intitulado Baralho Rider-Waite-Smith. Este baralho complementava ilustrações em todas as cartas, para além das habituais 22 cartas dos Arcanos Maiores. Apesar de tudo e para além do baralho de Tarot, todos os seus trabalhos foram sempre bem referenciados com grande mérito.

Pamela escreveu e ilustrou vários livros sobre o folclore Jamaicano, tal como Annancy Stories (1902). Outros trabalhos ilustrados também foram requisitados para William Butler Yeats que também pertencia à famosa Ordem, e para o seu irmão Jack Yeats.

Waite é muitas vezes citado como o designer das suas cartas de Tarot, mas a artista foi Pamela Smith que o próprio requisitou pela sua perspicácia e intuição tão bem conhecidas. Pamela terminou este trabalho num período de 6 meses, entre Abril e Outubro de 1909. As ilustrações foram feitas em caneta de tinta específica e aquarela.


Moina Mathers

Moina Mathers, uma das líderes na Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn)

Moina Mathers, nascida Mina Bergson, em Genebra, Suiça (28 de fevereiro de 1865 – 25 de Julho de 1928), foi uma teatróloga e ocultista, na virada do Século XX.

Moina pertencia a uma talentosa família de judeus poloneses (por linha paterna) e de anglo-franceses (por linha materna). Seu irmão, o filósofo francês Henri Bergson, foi o primeiro homem de ascendência judaica a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1927.

Contudo, ela é mais conhecida por seu casamento com o ocultista inglês, Samuel Liddell MacGregor Mathers, um dos fundadores da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), criada em 1888, um ano após Moina e Mathers se haverem conhecido em Londres, quando ela estudava no British Museum.

Moina tornou-se a primeira iniciada da nova Ordem, adotando o nome místico de Vestigia Nulla Restrorsum, que significa “eu não deixo rastros”. No ano seguinte (1890), os dois se casaram e, em março de 1899, realizaram os ritos da deusa egípcia Isis, no palco do Théâtre de la Bodinièr, em Paris.

Após o falecimento de Mathers, em 1918, ela assumiu o comando da “Alpha et Omega” (Ordem iniciática que seu esposo havia criado, após um conflito interno na Golden Dawn), dirigindo-a na condição de “Imperatrix”, até sua morte.


Alexandra David-Néel 

Alexandra David-Néel em vestido cerimonial.

Alexandra David-Néel, pseudônimo de Louise Eugénie Alexandrine Marie David (Paris, França, 24 de outubro de 1868 — Digne-les-Bains, 8 de setembro de 1969) foi uma famosa escritora espiritualista, budista, anarquista, reformadora religiosa e exploradora francesa.

David-Néel viajou durante quatorze anos por todo o Tibete e foi reconhecida como a primeira mulher europeia a ser consagrada lama. Tornou-se praticante de tumo, uma técnica essencialmente tibetana de aquecimento corporal por meio da meditação, e da criação de tulpas, criaturas imaginárias que, segundo os monges budistas, chegariam quase a se materializar no mundo real.

No decorrer de suas viagens e estudos escreveu mais de quarenta livros sobre o budismo.


Joana D’Arc

Retrato de Joana D’Arc, por Albert Lynch

Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 (época medieval). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida. Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra. 

Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc. Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen, no ano de 1431.

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